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Irã nega acordo prévio sobre sua resposta a Israel

Nenhum acerto pré-arranjado foi feito com qualquer país antes do ataque de retaliação do Irã contra Israel, disse o Ministério das Relações Exteriores do Irã nesta segunda-feira.

O Irã lançou drones explosivos e disparou mísseis contra Israel no final do sábado, em seu primeiro ataque direto ao território israelense, um ataque de retaliação que Teerã diz ser “autodefesa” após o bombardeio de Israel em 1º de abril contra o complexo de sua embaixada na capital da Síria. Autoridades regionais, incluindo o ministro das Relações Exteriores do Irã, disseram que Teerã havia notificado os países vizinhos dias antes do ataque.

No entanto, o porta-voz do ministério Nasser Kanaani advertiu que nenhum acerto pré-arranjado foi feito com qualquer país em relação à forma como Teerã abordaria sua resposta militar a Israel.

Países apelam à calma em Israel

O presidente dos Estados Unidos foi quem persuadiu Netanyahu a não retaliar imediatamente o Irã. Segundo reportagem do New York Times, Joe Biden conversou por telefone com o líder israelense logo após o lançamento dos mísseis e drones. Esse pedido moderou o ímpeto do gabinete de guerra israelense, que já estava preparado para uma resposta.

Biden argumentou que o ataque não causou danos graves a Israel. O país afirmou ter interceptado 99% dos mais de 300 projéteis disparados por Teerã. Uma base da força aérea israelense no sul do país foi levemente atingida, e uma menina de 7 anos foi hospitalizada devido a ferimentos por estilhaços.

Chefes de Estado, a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e o G7 emitiram apelos contra a escalada do conflito. “É crucial que a situação no Oriente Médio não se torne incontrolável”, destacou a OTAN.

Líderes de Alemanha, França, Reino Unido, EUA, Canadá, Japão e União Europeia pretendem discutir o tema. A Itália, que preside o G7, pediu “prudência” a Israel.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, recomendou “o fim imediato das hostilidades”. Já o chefe de direitos humanos da ONU, Volker Turk, alertou “a todas as partes de suas obrigações de acordo com a lei humanitária internacional”.

O papa Francisco pediu que Teerã e Tel Aviv não espalhem o conflito pelo Oriente Médio. “Chega de guerra, chega de atentados, chega se violência. Sim ao diálogo, sim à paz”, afirmou no Vaticano.

A Turquia chegou a ligar para o Irã. O país “não quer uma nova escalada de tensão na região após o ataque de drones e mísseis do Irã contra Israel”, disse hoje, por telefone, o ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, a seu colega iraniano, Hossein Amir-Abdollahian.

Países árabes também pediram “contenção”. Foi o caso de Egito, Catar, Arábia Saudita e Jordânia.

Apesar de conter Netanyahu, Biden defendeu Israel publicamente. “Reafirmo o firme compromisso dos EUA com a segurança de Israel”, disse.

Fim da operação?


O Irã afirmou que encerrou a operação contra Israel. O ataque de ontem “atingiu todos os seus objetivos” e Teerã não tem “nenhuma intenção” de manter a operação, afirmou o chefe das Forças Armadas iranianas, Mohammad Bagheri.

O presidente iraniano, no entanto, fez novas ameaças. Ebrahim Raïssi declarou que, em caso de “comportamento imprudente” por parte de Israel, a próxima operação será ainda mais ampla.

De acorodo com o UOL, o Irã não busca confronto com Israel, afirmam analistas e diplomatas. A maneira como o ataque foi conduzido, com “lentidão e alertas”, indica que o Irã não tem interesse nem capacidade de enfrentar o poderio militar israelense.

O ataque foi uma retaliação ao bombardeio sofrido pelo consulado iraniano em Damasco, na Síria, em 1º de abril. O incidente resultou na morte de uma alta autoridade da Guarda Revolucionária iraniana.

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